FBI prende cem mafiosos em operação histórica

A operação teve como alvo sete famílias da mafia de Nova Iorque, Nova Jérsia e Rhode Island e, de acordo com o New York Times, aparenta ser "a maior limpeza de crime organizado levada a cabo pelas autoridades federais".

Grande parte das detenções tiveram lugar durante a manhã de ontem, numa altura em que vários organismos federais tinham demonstrado preocupação com a crescente influência da mafia em alguns bairros, após duas décadas de declínio da Cosa Nostra

De acordo com o procurador-geral dos Estados Unidos, Eric Holder, a operação contou com a intervenção de 800 agentes do FBI e resultou na detenção de 127 pessoas, das quais 91 são suspeitos de pertencer a famílias mafiosas.

"As detenções de hoje marcam um avanço importante no desmantelamento das actividades ilegais da Cosa Nostra", declarou Holder aos jornalistas.

A imprensa norte-americana refere que o enfraquecimento de famílias da mafia italiana estabelecidas nos EUA começou em 1991, quando um membro do clã Lucchese, Alphonso D'Arco, achou que ia ser assassinado e decidiu começar a colaborar com o FBI. Nos dez anos seguintes, D'Arco testemunhou em mais de uma dezena de julgamentos contra membros da mafia.

A decisão de D'Arco significou um desrespeito à omertà , um pacto de silêncio respeitado pelos membros da mafia que consiste em nunca colaborar com as autoridades mesmo quando as suas próprias famílias são vítimas de crimes. A partir dessa altura, o número de mafiosos a colaborar com as autoridades aumentou e a Cosa Nostra viu, assim, o seu poder enfraquecido. Contudo, a influência do crime organizado tem tendência para funcionar por ciclos, um facto que deixa as autoridades em alerta permanente.