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Detidos em Itália próximos do líder da Mafia siciliana

15-03-2010 00:00

 

As autoridades italianas anunciaram hoje, segunda-feira, a detenção do irmão do mafioso italiano mais procurado de sempre, juntamente com mais 18 pessoas, todas acusadas de ajudarem o boss siciliano Matteo Messina Denaro a eludir a captura.

Na operação "Golem 2", mais de 200 polícias de Palermo e Trapani, na Sicília, detiveram Salvatore Messina Denaro com outros indivíduos que as autoridades de Itália garantem pertencerem ao círculo íntimo do "boss dos bosses" da Cosa Nostra, a monte desde 1993.

Os detidos são acusados de organizarem a correspondência secreta do padrinho mafioso Messina Denaro "para ajudá-lo a continuar em fuga ", disse o ministro do Interior italiano, Roberto Maroni. As outras acusações incluem associação mafiosa, corrupção e protecção de suspeitos.

Roberto Maroni sublinhou que as detenções resultaram de uma das mais importantes operações policiais da última década, ampliando de sobremaneira as possibilidades de apanhar Messina Denaro. "Desmantelamos o sistema postal do boss mais perigoso", afirmou Maroni. "A rede está a fechar-se e estou optimista de que seremos capazes de apanhá-lo em breve". Os detectives acreditam que o mafioso se esconde nas imediações da casa da sua família em Castelvetrano, perto de Trapani.

À semelhança de outros fugitivos, Messina Denaro controla a sua rede mafiosa enviando "pizzini" – pequenos pedaços de papel escondidos entre os dedos dos pés dos mensageiros – que são usados para comunicar com os tenentes da máfia.

Nos últimos anos, a Políca italiana golpeou a máfia com a detenção de vários padrinhos, como Bernardo "o Trator" Provenzano em 2006 e o seu sucessor, Salvatore Lo Piccolo, em 2007. Mas não é claro que as detenções tenham tido grande impacto nos interesses da denominada "Mafia Inc". A associação Confesercenti de pequenos retalhistas – cujos membros suportam a extorsão mafiosa – diz que os principais sindicatos do crime, em plena recessão de 2009, aumentaram os seus “lucros” em quase 8%.

Messina Denaro, que adoptou o apelido "Diabolik" de um personagem de banda-desenhada, tem uma imagem de playboy. Aprendeu a disparar aos 14 anos e é procurado pelo homicíduio de pelo menos 50 pessoas. Certa vez reclamou que tinha matado o suficiente “para encher um cemitério" e construiu a sua reputação ao ter matado o padrinho rival, Vincenzo Milazzo, e estrangulado a namorada daquele, que estava grávida de três meses. Em Maio de 2002, Denaro foi condenado, à revelia, a prisão perpétua pela participação na campanha mafiosa de atentados a civis de 1993, em Milão, Florença e Roma, que matou 10 pessoas e feriu mais de 90.

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