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Chefe do mundo do crime organizado russo sepultado sob fortes medidas de segurança.

20-01-2013 00:00

 

Um dos mais influentes chefes do mundo do crime organizado russo, Aslan Ussoian, mais conhecido por Avô Khassan, foi a sepultar, este domingo, num dos cemitérios da capital russa, sob fortes medidas de vigilância.

 

A urna, transportada num cadillac preto, era seguida por cerca de 100 pessoas a pé e por uma enorme fila de automóveis de luxo, com vidros fumados. A maioria dos presentes eram caucasianos, tal como Ussoian, arménio nascido em Tbiliss, capital da Geórgia.

Este pormenor biográfico atrasou a chegada de um dos mais sangrentos "padrinhos" da máfia russa à sua última morada. Ussoian desejava ser sepultado na cidade que o viu nascer e onde começou a sua carreira no mundo do crime, mas as autoridades georgianas tinham proibido, na véspera, a aterragem do avião que transportava a urna em Tbiliss e o aparelho foi obrigado a regressar a Moscovo.

Dezenas de jornalistas quiseram assistir ao funeral de Ussoian, mas a segurança do cemitério Khovanskoe não precisou de muitas palavras para os demover dessa intenção.

"As pessoas que vieram ao funeral, se se sentirem incomodadas por estranhos, não irão apresentar queixa à polícia, mas poderão castigar segundo as suas leis", declarou um dos chefes da segurança aos jornalistas.

Segundo testemunhas citadas pela imprensa russa, o túmulo do Avô Khassan ficou coberto de flores e de coroas com fitas onde se podia ler: "Dos irmãos de Iakutia", "Dos irmãos de Samara".

Após o funeral, os presentes foram transportados para um dos restaurantes do centro de Moscovo onde, segundo a tradição ortodoxa, deviam prestar tributo à memória do defunto, mas o local não conseguiu receber tão grande número de pessoas e muitos tiveram de ser transportados em autocarros para outros restaurantes das proximidades.

Aslan Ussoian foi assassinado a tiro, no passado dia 16 de janeiro, por um franco-atirador quando saía de um dos restaurantes controlado por sí.

O Avô Khassan nasceu em Tbiliss a 24 de fevereiro de 1937. Aos 19 anos, foi condenado pela primeira vez por resistência à polícia. Em 1959, foi condenado por assalto à mão armada a cinco anos de prisão. Em 1966, quando já cumpria uma nova pena, foi "coroado" na prisão como um dos chefes do mundo do crime.

Foi alvo de atentados em 1998 e 2010, mas conseguiu escapar com vida. Porém, não escapou à terceira vez mesmo depois de ter reforçado fortemente a sua segurança.

Os analistas russos divergem quanto às consequências deste crime. Anatoli Kulikov, antigo ministro do Interior da Rússia, não exclui a possibilidade do início de uma nova guerra entre clãs mafiosos, como as que tiveram lugar nos anos de 1990.

"Nos anos de 1990, alguns criminosos encontravam-se presos, hoje estão em liberdade, mas os seus lugares estão ocupados. Por isso trata-se de uma nova guerra por esferas de influência", declarou.

Alexandre Mikhailov, ex-agente do Serviço Federal de Segurança, não acredita que venham a ter lugar novas guerras entre os mafiosos.

"Já não foi o primeiro atentado. Depois do último, não se viu nenhum agravamento da situação. Hoje a situação está muito mais controlada", frisou.

 

 

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