Chefe do crime organizado da Bulgária estava em fuga á 9 anos.

Um dos cérebros do crime organizado na Bulgária, Plamen Dishkov, capturado na quarta-feira num luxuoso aparthotel em Cascais, Lisboa, pela Polícia Judiciária, é licenciado em Desporto, com a especialização em boxe.

A viver há seis meses em Portugal, Kela, como é conhecido o chefe da máfia, recebia elevadas quantias em dinheiro da sua organização na Bulgária para as despesas do dia-a-dia. Depois de ter sido capturado, Kela, 34 anos, ficou em prisão preventiva e aguarda a extradição para o seu país - onde enfrenta uma pena de 20 anos por homicídio.

A vítima, Dimitar Stamatov, mais conhecido por Mastera, era um empresário do ramo da produção de carne. Foi morto em Novembro de 2002, à porta do seu hotel que estava a ser construído em Burgas.

Sem hipótese de fugir, Mastera foi baleado até à morte. Kela foi então acusado de ser o mentor do crime e de ter agido em consonância com mais dois homens que também foram condenados, um a 20 anos de prisão e outro a 16. Dias depois do crime, Kela fugiu de avião para a Polónia e, desde então, o seu paradeiro era desconhecido. Corriam vários rumores de que estaria escondido em França, no Chipre, na Alemanha ou até nos Estados Unidos.

Kela era procurado pela Interpol desde Dezembro desse ano, embora o mandado europeu de detenção tenha sido emitido apenas em 2008.

Kela rapidamente cresceu e mereceu o respeito de todos no mundo do crime na província de Burgas, na Bulgária. Em 2001, já tinha sido alvo de um ataque à bomba num bar em Burgas, mas escapou ileso apenas com ferimentos ligeiros. Por detrás deste atentado, estaria um rival seu, Dimitar Zhelyazkov, cuja ex-mulher e cunhado tinham sido mortos a mando de Kela. Agora, vivia afinal em Cascais, onde a PJ o apanhou na última semana.