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Autarca italiano pede ajuda militar contra a máfia

06-10-2010 00:00

O presidente da câmara da cidade de Reggio Calabria, no sul de Itália, pediu hoje, quarta-feira, a intervenção do Exército após intimidações mafiosas a vários magistrados, entre os quais o procurador local Giuseppe Pignatone.

"O comité para a ordem e a segurança públicas decidiu por unanimidade pedir a presença dos militares. Neste momento e face ao que ocorreu na terça-feira o nosso território tem necessidade dessa presença", declarou o autarca Luigi Varratta, citado pela agência noticiosa Ansa.

Após um telefonema anónimo indicando "uma surpresa para o procurador Pignatone", a Polícia encontrou uma bazuca numa rua de Reggio Calabria, escondida sob um colchão, perto dos escritórios dos serviços anti-máfia.

A arma estava inutilizável, mas os investigadores estão convencidos que a máfia local, a ndrangheta, quis enviar uma mensagem clara para mostrar que pode atingir o procurador quando quiser.

"O Exército não controlará o território e não haverá militares nas ruas. O exército apenas se ocupará da vigilância dos serviços judiciais", adiantou o presidente da câmara local, assegurando que os soldados chegarão "dentro de alguns dias".

O chefe da Polícia Nacional, Antonio Manganelli, anunciou hoje, quarta-feira, o envio de mais 40 homens, incluindo polícias e "carabinieri" (polícia militarizada).

"A intimidação de terça-feira não está relacionada com um caso preciso, mas com a acção do Estado" conta a criminalidade organizada, considerou Pignatone, o procurador visado pela ameaça mafiosa.

A Itália decidiu em 2008 e 2009 destacar mais de quatro mil militares para as ruas das grandes cidades para reforçar a segurança.

Os soldados são essencialmente utilizados na vigilância de locais sensíveis, como embaixadas, aeroportos, organizações internacionais ou tribunais.

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