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Mafioso italiano saca 1,5 milhões em Portugal.

26-11-2011 19:44

A experiência de Giovanni Lore, de 46 anos, na máfia siciliana, foi fundamental para dar corpo a um sofisticado esquema de burlas, que lesou duas dezenas de empresas em Portugal e no estrangeiro. Os prejuízos provocados pelo grupo ascendem a 1,5 milhões de euros.

O plano estava de tal forma elaborado e oleado que parecia simples. Com a ajuda de três italianos e três portugueses, um deles dono de uma empresa de produtos alimentares em Torres Novas, o antigo chefe da organização mafiosa Cosa Nostra começou por reunir informações detalhadas de empresas conhecidas e bem cotadas em Itália.

Depois, deu instruções aos outros membros para clonarem os sites destas empresas, mantendo o mesmo visual das páginas, mas mudando a morada e os números de contactos. Munidos destas ferramentas, apresentaram-se como representantes das empresas clonadas e contactaram empresas em Portugal, Dinamarca, Noruega, Reino Unido, Espanha e França, propondo-se comprar produtos alimentares a crédito. Convencidas que estavam a lidar com empresas sólidas e cumpridoras, as firmas burladas aceitaram vender a mercadoria e nunca mais viram o dinheiro.

Segundo a acusação do Ministério Público de Leiria, a que o CM teve acesso, os produtos foram despachados para Espanha e Itália, a preços mais baratos, através do armazém do empresário de Torres Novas.

VAI SER EXTRADITADO APÓS O JULGAMENTO

O grupo liderado por Giovanni Lore foi detido em Outubro de 2010, no Bombarral, numa operação que ficou conhecida como ‘Máfia do Oeste’. O italiano tinha pendente sobre si um mandado de detenção europeu, emitido pelo Tribunal de Catânia (Itália), por suspeita de envolvimento na organização mafiosa da Sicília. O advogado de defesa tentou evitar a extradição, mas o Supremo Tribunal de Justiça determinou que Giovanni (preso preventivamente na cadeia de Monsanto) seja entregue às autoridades italianas, após ser julgado em Portugal. No processo que corre termos no Tribunal de Leiria, vai sentar-se no banco dos réus com mais seis arguidos, um deles também em representação de uma empresa. No essencial, vão responder por crimes de burla qualificada, falsificação de documentos, abuso de confiança e associação criminosa.

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